Dicas de ouro de nutrição: a modalidade oculta do triathlon

Dicas de ouro de nutrição: a modalidade oculta do triathlon
Levar o corpo a condições extremas pode se traduzir em uma equação complexa, que exige pouca - para não dizer nenhuma - margem de erro. Principalmente quando somamos as características de endurance, em que o atleta fica horas a fio em atividade, com o desejo por velocidade, no qual cada segundo conta, os mecanismos internos do organismo humano precisam estar em perfeita sincronia. Caso contrário, o colapso é praticamente uma certeza.
Por isso, certos resultados não nascem do dia para a noite: exigem um longo período de treinamentos para que o corpo reflita as devidas adaptações. Mas mesmo se estiver afiadíssimo/a com relação ao condicionamento físico, a chave geral ainda pode cair se não tiver com energia disponível suficiente para aquele nível de esforço. É aí que entra a modalidade oculta do triathlon e de qualquer esporte de endurance: a nutrição.
Conversamos com a nutricionista que atende na Care Club (unidade Ibirapuera, São Paulo / SP) Larissa Marfori para colher algumas dicas de ouro sobre essa parte tão importante, mas muitas vezes tão negligenciada do esporte. Larissa é graduada em Nutrição e Metabolismo pela Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (USP), pós-graduanda em Bioquímica, Metabolismo e Aplicações Práticas no Exercício e na Estética e possui aprimoramento profissional em Abordagem Nutricional nas Doenças Endócrinas e Metabólicas pela Faculdade de Medicina de Botucatu (UNESP).
  • É uma boa opção comer sólidos durante a natação/pedal/corrida? 
Primeiramente, o nutricionista deve avaliar as individualidades do atleta relacionadas à digestibilidade, resposta intestinal e tolerância durante o exercício. Alimentos sólidos podem ser muito bem-vindos desde que todos estes fatores sejam capazes de gerar respostas positivas ao desempenho.
  • Quais alimentos são indicados para o consumo durante o esporte?
Os alimentos indicados são aqueles que vão fornecer carboidratos de rápida absorção como a maltodextrina, em quantidades significativas para a manutenção do fornecimento de energia durante o exercício.
Exemplos de alimentos desse perfil nutricional são frutas secas (uva passa, tâmara, damasco, etc), doces como “bananinha” ou rapadura, paçoca, bisnaga com doce de leite, entre outros. Ressalto que a escolha desses alimentos deve ser de comum acordo entre o atleta e seu nutricionista, respeitando suas individualidades.
  • Gel ou comidinhas (paçoca, tâmara, bananinha)? O que é melhor para o consumo durante a prática do triathlon?
O famoso “gel de carboidratos” é um suplemento nutricional bem conhecido pelos atletas de endurance por conta de sua praticidade e boa composição nutricional. Além da presença dos carboidratos de rápida absorção, alguns também possuem cafeína, aminoácidos ou mesmo eletrólitos.
Tanto os géis quanto os alimentos, sendo eles caracterizados pelo perfil nutricional apresentado acima, vão gerar as mesmas respostas fisiológicas durante o exercício, ou seja, otimizar a reposição de energia. Sua escolha dependerá da aceitabilidade do atleta em relação a custos e tolerâncias.
  • Existe alguma modalidade em que é mais comum os triatletas 'quebrarem' por conta da nutrição? Qual e o que é necessário fazer para evitar isso?
Sem dúvidas a nutrição adequada e bem treinada diminui as chances de 'quebra' durante o triathlon, porém isso pode acontecer. Na maioria das vezes a 'quebra' acontece na corrida, última modalidade. Isso pode ocorrer tanto por ser o momento de maior cansaço e acumulo de desgaste muscular quanto pelo possibilidade do atleta ter negligenciado alguma estratégia nutricional ao longo de toda a prova.
Muitas vezes o atleta não estava com fome ou sentindo necessidade de fazer a suplementação em algum momento anterior da prova e a conta pode chegar na corrida. Para evitar essa situação, o ideal é  testar todas as estratégias de alimentação e suplementação ao longo dos treinos para se chegar em uma forma que seja fácil do atleta colocar em prática e garantir a reposição adequada de nutrientes ao longo da prova.
  • O atleta pode testar uma nova alimentação na prova ou é necessário que ele treine a estratégia de nutrição também?
Não seria ideal testar durante uma prova novas estratégias, pois os resultados podem não ser benéficos ao desempenho por não sabermos exatamente a resposta que a nova estratégia irá gerar.
Precisamos entender como será a digestão de absorção daquele alimento ou suplemento durante a prática esportiva e verificar se é possível para o atleta colocar a estratégia planejada em prática. E a única forma de fazer isso é testando!
O ideal é que o nutricionista, o preparador físico e o atleta, com antecedência, planejem juntos as estratégias nutricionais em paralelo com a planilha de treinamento. Desta forma, pode-se testar e com segurança, pois se algo der errado há tempo para replanejar.

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