A onda das bikes gravel
12 de maio de 2021

Não precisa ser um expert em ciclismo para saber que mountain bikes são as rainhas das trilhas e as bicicletas roads (ou de estrada) são as preferidas para quem pedala no asfalto. São várias as diferenças entre essas duas categorias, a começar pela espessura e resistência dos aros e dos pneus, geometria do quadro e guidão, componentes, e por aí vai.
Para resumir, quem opta por uma mountain bike pensa em resistência e conforto para acomodar terrenos bem instáveis, cheios de pedras e terra. E a turma das roads valoriza mais a velocidade para dar match com a estabilidade de estradas e ruas pavimentadas.
Mas já imaginou ter uma mesma bike para encarar tanto asfalto quanto trilha? Pois é, as bikes de gravel surgiram para comprovar a tese de que mesmo no universo do ciclismo não precisamos ser 8 ou 80.
A categoria Gravel (que em inglês quer dizer cascalho) surgiu com o objetivo de atender muito bem o público que pretende transitar entre terra e asfalto, é praticamente o meio termo entre o ciclismo de estrada e o MTB, e, para alguns, o melhor dos dois mundos.
"A liberdade, a aventura e a descoberta que começam onde o asfalto termina definem, para nós, o que é a experiência gravel. E, nos anos 80, quando lançamos a RockCombo, estávamos fazendo isso antes mesmo que “isso” tivesse sequer um nome. Olhando hoje para a linha Diverge e Turbo Creo EVO, frutos de décadas desenvolvendo e aprimorando as tecnologias específicas para essa modalidade, vemos o tamanho da evolução da categoria que continua a ser uma das que mais tem crescido nos últimos anos."
Giulia Bruno | Gerente de Marketing da Specialized Brasil
Apesar de ser uma mão na roda para quem gosta de natureza, é bom alinhar as expectativas: não espere que uma bike de gravel dê conta do recado em trilhas muito técnicas. Bikes de gravel são excelentes para terrenos off-road, desde que isso não exija uma bicicleta ainda mais resistente – o que significa ser equipada com suspensão, pneus ainda mais largos e outra geometria. Nesses casos, a opção por uma mountain bike é mais recomendável, por possuírem uma estrutura pensada para suportar condições extremas de terreno.
O que uma bike de gravel tem de diferente?
Nas sutilezas, as diferenças se multiplicam e se perdem de vista. Exemplo disso é que a grande maioria das bikes de gravel são equipadas com freios à disco. Grosso modo, isso as coloca em um patamar diferenciado em relação às demais. Mas, indo direto ao ponto, abordaremos as diferenças principais.
Pneus: em termos de espessura, os pneus das bikes de gravel estão entre os de MTB (mais largos) e de bikes de estrada (mais estreitos). E falando sobre altura, as bikes de gravel costumam ter pneus mais altos. Isso faz com que sejam mais adaptadas para enfrentar terrenos diversificados, além de trazer mais conforto e menos propensão a furos.
É crucial que a conexão da bike com o terreno seja a mais eficiente e adequada possível. Para isso, existem pneus específicos para as variadas condições de terreno que a categoria gravel engloba.
Dentre as diversas opções disponíveis, uma muito versátil é o pneu Pathfinder, da Specialized. O Pathfinder oferece a versatilidade e a durabilidade exigidas pelos pedais de aventura e gravel, mas é tão rápido que venceu a maior corrida de gravel da Terra, a “Unbound Gravel” (antiga Dirty Kanza), que acontece todos os anos nos Estados Unidos e é repleta de cascalhos cortantes e desafiadores. Rolagem rápida, muita aderência e construído para lidar com o pior terreno gravel que você possa imaginar – são uma excelente escolha para quem quer se aventurar no cascalho sem preocupação.
Modelos modelos como a Diverge (2021) contam com espaço muito generoso, comportando pneus de até 47 mm em uma roda de 700c e 2,1” em 650B.
Geometria: apesar de lembrar muito uma bicicleta de estrada, a geometria das bikes de gravel é projetada para oferecer mais segurança, resistência e conforto quando colocada à prova em terrenos mais instáveis. Não é um mero trabalho de adaptação de projeto, existe muita pesquisa e tecnologias específicas no desenvolvimento dessas bikes.
Até mesmo o guidão drop, que num primeiro olhar parece idêntico aos guidãos de estrada, na verdade é ligeiramente mais largo (o chamado flare) para agregar confiança e estabilidade para na descida tanto no asfalto quanto na terra.
Modelo Diverge (2021), com sistema de amortecimento Future Shock 2.0 para amenizar o cansaço nos braços devido aos impactos do terreno acidentado.
Modelos Diverge S-Works / Diverge Comp Carbon com cápsula SWAT interna no quadro para carregar ferramentas, um kit de troca de câmara, nutrição e até um corta vento fino ao mesmo tempo.
Por que uma escolher uma bike de gravel?
“Eu acredito que as bikes de gravel são excelentes para o Brasil, pois a maioria de nossas estradas não é pavimentada. O poder sair de casa, pelo asfalto, sem se preocupar com as condições dele e velozmente chegar a um estradão de terra, é uma possibilidade incrível! Além do que, a bike de gravel torna as estradas de cascalho divertidíssimas devido a alta velocidade alcançada, segurança e conforto propostas por bikes como a minha Diverge.”
Magnus Cesar | Embaixador Gravel
Cicloturismo
Outro motivo que pode te fazer a começar a considerar com carinho a alternativa de investir em uma bike de gravel tem a ver com a união de duas das melhores coisas da vida: viagem + bicicleta. Se aventurar no cicloturismo – ou viajar de bike – certamente se tornará mais viável se você puder contar com uma bike especializada. Absolutamente mais versátil do que uma mountain bike ou do que uma Road, ela fará qualquer ciclista agradecer quando tiver que sujar o pé na terra e acelerar no asfalto no mesmo dia.
Em modelos com assistência elétrica, como essa Turbo Creo EVO (2021), a viagem pode ser ainda mais longa e bem mais divertida. Até 193Km de autonomia / Carbono FACT11 / 2x amplificação do ciclista
Gravel competitivo
É tanta flexibilidade que a Gravel surge para atender bem tanto o público amador quanto o público profissional. Tomemos como exemplo a categoria das Cyclo-Cross (CX) – ainda pouco conhecida no Brasil. Apesar da semelhança visual com as Gravel, as bikes de CX são extremamente específicas, e, por seguirem regras determinadas pela UCI (Union Cycliste Internationale) são praticamente feitas para competição. Exatamente por esse motivo, seguem uma linha muito peculiar, se aproximando mais do público profissional do que do público amador.
Para fechar, nada melhor do que imagens. Se divirtam sem moderação com os dois vídeos abaixo, que em poucos minutos traduzem o que de fato significa transitar entre trilhas e asfalto com uma mesma magrela.
https://www.youtube.com/watch?v=y3BCBSz4QXw
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